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Fim da era do “dinheiro barato”? Startups demitem e cortam custos no país

Uma onda de demissões e cortes de custos estão sendo vistas nos últimos meses em startups brasileiras, incluindo empresas já consolidadas e que tinham o status de “unicórnio” – quando o valor de mercado ultrapassa US$ 1 bilhão.

No começo de abril, o Quinto Andar, que atua com locação e venda de imóveis online, demitiu cerca de 800 funcionários, o que significa um corte de 20% do total de colaboradores (em torno de 4 mil).

Todos os setores da empresa foram afetados, incluindo marketing, tecnologia e recursos humanos. Muitos funcionários se queixaram que foram pegos de surpresa, logo após a empresa ter feito investimento alto em publicidade em um conhecido programa da televisão aberta.

Na Loft, que também funciona como uma imobiliária virtual, as demissões afetaram principalmente a vertical de crédito imobiliário e atingiram mais de 150 colaboradores desligados em abril.

Já a Facily cortou cerca de 60% dos seus colaboradores e mais de 900 empregos indiretos foram afetados. A startup havia atingido o status de unicórnio poucos meses antes das demissões, em dezembro de 2021.

Mais recentemente, a startup peruana Favo anunciou o encerramento das operações no Brasil na última quinta-feira (2) e demitiu 170 funcionários. Grandes fundos como Tiger Global e GFC já tinham feito aporte na empresa desde a sua fundação.

Investidores mais criteriosos antes de aportar

Segundo especialistas, com a alta dos juros e a atual situação econômica, os grandes investidores de Venture Capital estão sendo mais criteriosos para aceitar fazer grandes aportes e a captação das startups tende a se tornar mais difícil.

“Os investidores estão focando mais naquele perfil de empreendedor que olha para o caixa e que tem um pouco mais de responsabilidade sobre como a sua operação vai parar de pé no médio e longo prazo”, disse Flavio Monteiro, head de venture capital da Kria, durante evento online da Kadmotek Venture.

Nádia Armelin, sócia da Aggir Ventures, concorda e afirma que o dinheiro dos grandes fundos vai ser alocado nos bons ativos, que possuem bases sólidas para um crescimento saudável.

“Existe uma mudança de mentalidade. Aquela empresa que não tinha margem e focava em crescimento acima de qualquer custo vai sofrer com captação. Para as empresas que têm disciplina de caixa não deve faltar dinheiro. Já aquelas que estavam na mentalidade de ‘hiper growth’ precisam fazer ajustes”, afirmou.

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