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Desemprego urbano entre os jovens assusta na China

A desaceleração da economia chinesa continua sendo observada de perto por economistas e profissionais do mercado financeiro. No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu apenas 3%, bem abaixo dos 8,4% de crescimento em 2021.

Este ano, alguns indicadores vêm mostrando que a atividade no país continua em ritmo mais lento. Apesar da alta do PIB do primeiro trimestre ter ficado acima das expectativas, na semana passada, o PMI (índice gerente de compras, na sigla em inglês) industrial, que funciona como um indicador antecedente da atividade, ficou em 48,8, abaixo das projeções. Quando este índice está abaixo de 50 indica contração na atividade.

Mas há um outro número que vem preocupando analistas, apesar de ser pouco divulgado por aqui: o índice de desemprego entre jovens que moram em centros urbanos.

“O desemprego urbano entre os jovens na China está em 20,4% e é um dado que me assusta muito. Acredito que esse número diz muito sobre a economia chinesa”, afirmou o coordenador econômico da Genial Investimentos, Yihao Lin, durante podcast.

O economista lembra que a China é um país peculiar e passou por uma política de filho único durante décadas, quando as famílias não podiam ter mais do que um filho para controlar a superpopulação do país.

“Isso quer dizer que se temos 20,4% de jovens desempregados, temos 1/5 de famílias urbanas com um membro sem trabalho atualmente. Por isso, é complicado dizer que vai haver uma recuperação tão significativa da economia diante deste cenário”, acredita Yihao Lin.

A “desesperança” entre os jovens chineses e a falta de motivação para conseguir trabalho diante do governo atual já virou, inclusive, um termo viral no país: a expressão “Runology” (ou algo como ‘estudo da fuga’, em tradução livre) se popularizou em redes sociais utilizadas pelos chineses em 2021.

O termo em mandarim tem outro significado, mas o viral foi justamente utilizar caracteres chineses para designar algo que estava implícito em uma parte da população: a vontade de deixar de viver na China, diante de um controle cada vez maior do Estado e um cenário econômico de desaceleração e menos oportunidades de trabalho.

Atividade fraca e novos casos de Covid-19

Os gestores da Bahia Asset também destacaram seus receios com a economia chinesa. “Os dados de atividade permaneceram fracos e continua a preocupação com relação ao ritmo e à composição da sua recuperação econômica”, disseram, em carta enviada aos cotistas dos fundos.

Ainda segundo os gestores, a produção industrial, as vendas no varejo e a divulgação de crédito apresentaram resultados aquém do esperado. “O setor imobiliário também decepcionou, apresentando piora sequencial em vendas de imóveis e novas construções residenciais”, afirmaram.

 Além da decepção nos dados econômicos, uma nova onda de infecções pela Covid-19 está passando pelo país e merece alguma atenção. No final do mês passado, um cientista chinês chegou a divulgar uma projeção de até 65 milhões de novos casos por semana no país.

“No atual contexto, as autoridades do país, junto com o Banco Central, seguem reiterando o objetivo de priorizar o crescimento durante a reabertura e retomada das suas atividades, ainda que sem indicar novos estímulos”, afirmaram os gestores da Bahia Asset.

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